SÁBIOS, FUNDAMENTALISTAS E CHARLATÕES
Os diversos canais de televisão têm abordado as eleições primárias nos Estados Unidos e os mais atentos devem ter ouvido, mais do que uma vez, os críticos e comentadores falarem de uma forte influência das Igrejas Evangélicas sobre o eleitorado americano e, mais recentemente, sobre os novos oligarcas de "direita", nomeadamente o Presidente do Brasil.
Essa influência, altamente conservadora, é exercida por pastores tão fundamentalistas como os fundamentalistas islâmicos, o que pressupõe que a humanidade, pelo menos nesta parte do mundo, está em conflito muito difícil de sanar, porque cada parte entra abertamente nessa luta do Bem contra o Mal, que eu tenho frisado nos meus textos.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50462031
O problema é quem é quem! Todos defendem que estão do lado do Bem contra as forças satânicas do mal.
Os pastores falam abertamente em "espíritos" e "demónios", com os respectivos nomes por que são conhecidos e baseiam a maior parte das suas predicas na interpretação do Apocalipse da Bíblia, porque sabem que o tempo das previsões está aí. Eles explicam, por outras palavras e dando outros nomes aos responsáveis pela manipulação e decadência da humanidade.
Talvez seja a atitude mais acertada, porque fogem das explicações dogmáticas das outras igrejas cristãs que, pelo hermetismo das suas explicações não chegam à maioria dos fiéis. As pessoas ficam melhor avisadas, porque a sua linguagem mais terra-a-terra e sem tabus, citando os nomes dessas forças maléficas, lhes faz ver os perigos que as suas Almas correm por influência do mundo invisível que domina este mundo material da terceira dimensão.
Eu procuro investigar e estudar todas as crenças em relação ao mundo do espírito. Não estou filiado em nenhuma seita ou ordem secreta. Conheci muitos parapsicólogos, alguns autênticos charlatões, e toda a fauna ocultista que inundou Portugal logo após o 25 de Abril de 1974. Como na altura era Director-Técnico de uma grande empresa de Artes Gráficas, em Lisboa, recebia para publicação as mais variadas revistas sobre parapsicologia, astrologia, mediunidade, etc., etc.
Uma coisa aprendi com os estudiosos honestos e sábios genuínos. TODO AQUELE QUE QUIZER FAZER FORTUNA COM A EXPLORAÇÃO DESTES FENÓMENOS, COBRAR DINHEIRO, OU OUTRA FORMA DE PAGAMENTO MAIS OU MENOS DISFARÇADA, DIZENDO QUE VÃO AJUDAR, NÃO TÊM PODERES NENHUNS.
Quem tenha problemas, complexos e taras, deve procurar de preferência um psiquiatra, psicanalista ou psicólogo para "despistar" algum problema orgânico. Se o problema for do foro psicológico, apenas um problema de afirmação de âmbito espiritual, e tiver fé, se quiser, poderá procurar alguém honesto, com experiência em lidar com estes fenómenos espirituais e que NÃO VIVA POR PROFISSÃO A RESOLVER ESTAS TARAS E NÃO LEVE UM TOSTÃO, que o poderá aconselhar e levantar-lhe a auto-estima. Qual a técnica utilizada, por sugestão ou por crença religiosa, não interessa. O que interessa é que o "doente" acredite porque a cura ESTÁ DENTRO DE NÓS. Nada de drogas, legais ou ilegais. Só desenvolvimento espiritual e a crença de que a cura está em nós e ganhar a confiança suficiente e força para reagir.
É a ajuda desinteressada de bens materiais, um "tratamento" popular, porque os médicos especialistas cobram-se bem e 98% da população que precisa de "equilíbrio" espiritual não tem posses para ir a um psiquiatra ou psicólogo.
Agora, se procurarem essa ajuda, movidos pela superstição, para conseguirem benefícios materiais, bons empregos, ganhar a lotaria… esqueçam. Todos afirmam que não acreditam em bruxas mas vão sempre às "consultas" desses charlatões antes de tomarem decisões relevantes nos negócios e noutros eventos das suas vidas. A maior parte da população acredita na Astrologia e não deixa de ler o que diz o seu signo.
Tudo de bom ou mau que tenhamos na vida, a nós o devemos. Ninguém é totalmente feliz nem totalmente realizado. Há bons e maus momentos e a nossa defesa está na auto-estima e na vivência "positiva". Os antigos eram muito sábios e este ditado popular está muito certo: "Quem vento semeia, colhe tempestades".
Aprendi muito com um alto representante da Igreja Ortodoxa, o Exarca da Igreja Ortodoxa Grega para a Alemanha e a Europa Central, Arcebispo MARKIANOS, que visitou Portugal em Agosto de 1978 para a confirmação da Igreja Ortodoxa em Portugal, que defendia que devíamos seguir os ensinamentos da tradição, sobrepondo-os até às práticas religiosas impostas. Numa entrevista à revista "a Gnose" afirmou: "Está escrito que o mundo voltar-se-á contra a Igreja, que a moral do mundo tornar-se-á ordinária, quer dizer, pobre, terrível… O mundo caminha para a falência, para o colapso mental".
Fui uma das poucas pessoas que o recebeu na sala VIP do aeroporto da Portela, que o acompanhou para o hotel Sheraton, onde se travou o primeiro encontro informal com o futuro Arcebispo Ortodoxo de Lisboa, na presença da entidade que organizou o evento, o Grão-Mestre da Ordem do Templo (não da Ordem visível que se diz Templária, em Portugal) e uma das duas pessoas que o acompanhou, sempre, pelas suas deslocações em Lisboa.
Fiquei plenamente surpreendido com a abordagem que fez, em conversa particulares (falávamos em francês) sobre o Mundo. Os seus conhecimentos sobre o oculto e sobre a História não convencional eram impressionantes. Aprendi muito com aquele ser extraordinário, e constatei que, afinal, não eram só os "teóricos da conspiração", as seitas ocultas, ou ordens secretas, que abordavam tais assuntos. As grandes religiões, e outras que os católicos chamam "seitas", abordam estas matérias sem complexos. Falam abertamente do mundo dos espíritos e demónios, e da luta entre o Bem e o Mal.
Reconhecem abertamente a influência do mundo invisível sobre o mundo visível e o que devemos fazer em nossa defesa.
Quanto aos fundamentalistas, encontrei o que interesse em WWW.ARMINDOABREU.ENC.BR e que faço um breve resumo: Todas as Religiões (e não Filosofias ou doutrinas) possuem o seu tipo de fundamentalismo, incluindo o Catolicismo que pretende ser a única religião legítima que representa o Cristianismo. O tipo de fundamentalismo Católico vem sobre o nome de Restauração e Integrismo. Procura restaurar a antiga ordem, fundada pela simbiose do poder político com o poder clerical. O inimigo a combater é a modernidade, com as suas liberdades e os seus processos para se libertar do jugo religioso. Não há Religiões mais guerreiras do que a provenientes dos filhos de Abraão: Judeus, Cristãos e Muçulmanos. Cada qual vive da tradição tribalista de ser o povo escolhido e portador exclusivo da revelação do Deus único e verdadeiro. O fundamentalismo encontra-se, como disse atrás, em TODAS as religiões e "caminhos espirituais".
Actualmente, o fundamentalismo judeu centra-se na construção e sobrevivência do Estado de Israel, segundo o tamanho que lhe atribui a Bíblia Hebraica.
O fundamentalismo islâmico quer fazer do Alcorão a única forma de vida, de moral, de política e de organização do Estado entre os islâmicos e em todo o mundo. Todos os que se opõem a essa visão do mundo são obstáculos à "instauração da cidade de Deus" e consequentemente são infiéis e merecerem ser perseguidos e eventualmente eliminados.
No meio Cristão, surgiu o "fundamentalismo do mercado". A liberdade e a excelência da organização administrativa e financeira Cristã não prosperaram no Islão. A sua extrema rigidez fez com que o processo de acumulação capitalista (apanágio do fundamentalismo Cristão) entre os muçulmanos fosse muito reduzida, concentrando altos índices de pobreza, visto que a iniciativa privada raramente se dispõe a injectar recursos em qualquer economia, para investimento a fundo perdido.
O povo paupérrimo, sem nada onde se apegar, olhou para a Religião como a solução para os seus problemas. Deste modo a Religião foi ganhando terreno entre os muçulmanos, radicalizando-se. Os governos foram (e são) sempre exercidos por chefes de clãs ou por militares. Nunca houve uma preocupação com a democracia participativa. Nunca se ouviu qualquer referência ou recomendação, na imprensa ocidental, à expressão "eleições livres" nesses países, uma vez que os seus regimes, apesar de autocráticos em relação ao público interno, respondem docilmente aos mínimos desejos das potências ocidentais, sempre colocadas nas mesas de negociações à sombra das ameaças do poderio nuclear.
O totalitarismo do mercado, hoje, tem graves consequências para os países ocidentais. O mundo não está seguro com o único meio que esses países islâmicos têm para fazer frente à prepotência e arrogância das nações mais fortes: o terrorismo global.
A Religião que se tornou mais visível e mais influente no mundo, porque conseguiu essa "visibilidade" com a feliz coincidência de ser agraciada com um pequeno local tornado "independentes" (favor político dos fascistas de Mussolini) e formado um Estado independente, é a Igreja de Roma, no Vaticano. Só que a mistura entre o Estado e a religião é de tal maneira ténue que nunca se sabe ao certo se a sua presença entre os "grandes" é devido a ser um Estado independente ou uma Religião Universal.
A verdade é que o Estado se sobrepõe à religião e toda a sua acção no mundo sofre dessa "distorção" em que a política e os negócios acabam por se tornar mais importantes do que a sua missão original de guiar espiritualmente os seus crentes. Até aqui, em Portugal, essa política economicista veio à luz do dia com o que está a acontecer no santuário de Fátima. Os próprios padres protestam sobre o que está a acontecer. O negócio é tanto, que faz lembrar o triste episódio em que Jesus correu à chibatada todos aqueles falsos crentes do Templo, um antro de negociatas e nada a ver com a verdadeira fé. A administração do santuário quer despedir pessoal (o que acontece numa igreja institucional em que não há voluntários mas sim profissionais a serem bem pagos) pelos prejuízos advindos do Covid-19 e segundo ouvi numa entrevista de um voluntário que quer trabalhar dando a sua contribuição, sem ganhar nada, para o bem do santuário todo o trabalho era prestado por voluntários e pelos sacerdotes, que não faziam mais do que o seu dever, mas a Direcção resolveu contratar "profissionais", talvez para aumentar os lucros, e dispensou os voluntários e afastou os sacerdotes que trabalhavam pela fé. E isso levou a que esses "profissionais" fossem bem remunerados, de acordo com o serviço "profissional" prestado e um aumento substancial dos salários dos membros da Direcção. Pelo que percebi os sacerdotes estão descontentes pelo facto de outros sacerdotes com o estatuto de "profissionais" ganharem o triplo do que eles ganham. Pela contestação que veio ao de cimo "parece" que já não vão despedir pessoal.
Se Jesus aparecesse neste momento teria de fazer a mesma limpeza que fez no Templo. Aquilo é um antro de negócio e a riqueza é visível, e os cristãos (não só os católicos) é que ficam mal vistos.
Sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990.
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