A NATO em carne viva
Um artigo de opinião de José
Goulão, de 29 de Dezembro de 2016, que encontrei em http://www.abrilabril.pt/nato-em-carne-viva
O mais estranho nisto tudo é
que a Comunicação Social, principalmente a
TV nada noticia sobre isto. Será para não revelar quem é verdadeiramente
o mau da fita?
Como já se sabe o famigerado Estado
Islâmico foi uma criação norteamericana para derrubar o governo Sírio, motivo
porque esses "bandidos" e assassinos ocuparam tanto terreno
descaradamente apesar de os Estados Unidos, de Obama, afirmarem que os
combatiam, mas sem resultado. Apesar das grandes colunas de Toyotas a progredir no meio do deserto (colunas de 100 veículos), os meios sofisticados
dos Estados Unidos nunca conseguiram detectá-los. Estranho!
Só quando os russos entraram no conflito é
que realmente se viu uma acção concertada para impedir o avanço desses
assassinos que tiveram de debandar e largar a maior parte do terreno ocupado,
mas mesmo assim, a custo de uma carnificina de vítimas inocentes da população
síria e o drama que atinge todo o mundo.
A Líbia, que continha o tráfego desordenado
de imigrantes para a Europa, foi completamente desmantelada pelos americanos
que quiseram "libertar" o povo Líbio, quando o povo Líbio até tinha
condições de vida muito superiores a Portugal, mas não eram considerados
"democratas" e tinham petróleo. Enfim: o resultado está à vista e
sobrou para a Europa que, logo à partida, em vez de se unirem e elaborarem uma
tática conjunta para resolver o problema, os seus membros isolaram-se e
começaram a erguer muros para os refugiados não passarem. E a seguir, Donald
Trump que dizia que ia erguer um muro que, até nem devia ser muito extenso,
pois os seus antecessores já ergueram centenas de quilómetros ao longo da
fronteira com o México, é que passa pelo "mau" da fita.
As pessoas não vêm isto? Ou estão
completamente adormecidas e hipnotizadas pela propaganda habilmente montada ou
então não leem notícias, ou se leem não compreendem o que leram.
Vamos então ler este artigo de opinião:
"Agentes militares de países da NATO surpreendidos em plena actividade
de apoio a organizações terroristas e um auditor da NATO que aparece morto
quando investigava ligações terroristas têm, pelo menos, dois assuntos em
comum: NATO e terrorismo.
Imagem das forças de libertação durante os combates na linha de Ramouseh
(Batalha de Alepo, 2016)Créditos / sputniknews
No dia 18 de Dezembro as forças libertadoras da zona Leste de Alepo, na
Síria, prenderam pelo menos 14 agentes da NATO encafuados num bunker de
onde dirigiam os chamados «rebeldes» sírios, isto é, os bandos da Al-Qaida que
também tutelam operacionalmente uma miríade de grupinhos terroristas, entre os
quais os insignificantes «moderados». As informações mais púdicas evitam citar
a NATO a propósito dos infiltrados estrategos da invasão e ocupação terrorista,
limitando-se a associá-los à «coligação internacional» chefiada pelos Estados
Unidos, o que vai dar no mesmo.
É provável que os leitores não tenham tomado conhecimento desta notícia,
digna de primeira página, em qualquer recanto ou murmúrio sequer da comunicação
social portuguesa, onde a NATO continua a ser tratada como organização impoluta
e benfeitora, incapaz de cometer qualquer malfeitoria e acima de qualquer
crítica. Aliás, as normas oficiais na bem-comportada comunicação mainstream
exigem que quando se citam fontes sírias se use como aposto ou continuado a
informação de que estas qualificam os «rebeldes» como «terroristas». Isto é,
assume-se que entidades criminosas como a Al-Qaida ou o Estado Islâmico são
mesmo os «rebeldes», a «oposição síria».
«É provável que os leitores não tenham
tomado conhecimento desta notícia, digna de primeira página, em qualquer
recanto ou murmúrio sequer da comunicação social portuguesa, onde a NATO
continua a ser tratada como organização impoluta e benfeitora»
Entre os intrusos detidos no bunker de Alepo estão indivíduos de
nacionalidade norte-americana, francesa, britânica, israelita, turca e saudita,
pelo menos; a gravidade do acontecimento forçou uma reunião de emergência do
Conselho de Segurança da ONU, que decorreu em 19 de Dezembro, e à porta
fechada.
Por esses dias, na localidade belga de Andenne apareceu morto um auditor
geral da NATO, de seu nome Yves Chandelon, que estava encarregado de investigar
as pistas de financiamento do terrorismo. A explicação oficial da organização
para o acontecimento correu célere e corresponde ao trivial: suicídio. Quem não
está de acordo com a versão são os familiares de Chandelon, que não lhe
conheciam vocação suicida em 62 anos de vida e, sobretudo, deduzem dos muitos
factos intrigantes já apurados que a explicação oficial da NATO está muito mal-amanhada.
Chandelon tinha três armas registadas em seu nome, mas nenhuma delas foi a que
lhe provocou a morte; além disso, a encenação dos acontecimentos foi montada
com descuido, porque a arma estava junto da mão direita da vítima, a qual, segundo
a família, era canhota; além disso, também estão por apurar as razões pelas
quais Chandelon foi morto numa localidade que não frequentava, a dezenas de
quilómetros da cidade de Lens, onde residia, e a mais dezenas de quilómetros
ainda do Luxemburgo, o seu local de trabalho; acresce que a vítima, segundo
amigos com quem contactava frequentemente, tinha recebido telefonemas
ameaçadores relacionados com as suas investigações.
Agentes militares de países da NATO surpreendidos em plena actividade de
apoio a organizações terroristas responsáveis por banhos de sangue de milhares
de civis inocentes, entre eles dezenas de europeus e um auditor da NATO que
aparece morto quando investigava ligações terroristas têm, pelo menos, dois
assuntos em comum: NATO e terrorismo. Há poucas horas, o ditador turco Erdogan,
enfurecido com a sucessão de ocasiões nas quais, em seu entender, os Estados
Unidos tentaram eliminá-lo fisicamente, anunciou que tem abundantes provas
fotográficas e videográficas do apoio norte-americano e de aliados aos
terroristas da Al-Qaida e do Estado Islâmico. Em português corrente, eis mais
um caso de verdades que se vão sabendo através das zangas de comadres, neste
caso potências com elevado peso estratégico na Aliança Atlântica.
«Sucedem-se os episódios que revelam as
mãos sujas da NATO no patrocínio de actividades terroristas, e não apenas na
tão celebrada «libertação» da Líbia.»
Não esqueçamos, por exemplo, que os militares invasores detidos em
Alepo-Leste tinham ligação operacional ao LandCom da NATO, instalado em
Esmirna, na Turquia.
A estes episódios poderíamos juntar outros muito provavelmente
correlacionados, como o assassínio do embaixador russo em Ancara – saudado
efusivamente pelos mais fanáticos meios de comunicação do lobby sionista
norte-americano – mas a dose de «teorias da conspiração» poderia ser indigesta
para as almas mais sensíveis perante as evidências.
Fica a realidade nua e crua. Sucedem-se os episódios que revelam as mãos
sujas da NATO no patrocínio de actividades terroristas, e não apenas na tão
celebrada «libertação» da Líbia. É a missão NATO em carne viva".
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