Arquivo do blogue

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

 

A IGREJA DE ROMA E AS INDULGÊNCIAS!

 

Ultimamente corre a polémica dos “desacatos” e crimes dos sacerdotes católicos e o “desejo” da hierarquia da Igreja de Roma em “desmantelar” toda essa teia e inclusivamente indemnizar as vítimas, dispondo-se a vender o próprio património para isso.

Por aqui se vê como os tempos mudaram e a população mais evoluída começa a exigir uma retractação da Igreja que abusou e se aproveitou da ignorância do povo.

Só que, ainda hoje, a Igreja de Roma no seu pedestal intocável continuou parada no tempo, com a mesma mentalidade que tinha no tempo do Papa Leão X em que todos esses “pecados” seriam relevados mediante um pagamento estipulado e descrito numa “tabela de preços”. As populações ignorantes, abrutalhadas e impedidas de se desenvolverem por pressão da própria Igreja, aceitavam tudo o que lhes era imposto por uma autoridade que consideravam “divina” e infalível, representante de Deus na Terra.

Acreditava-se que o Senhor em pessoa, a Virgem Maria e muitos santos tivessem ganhado, durante a sua vida, méritos que poderiam ser distribuídos entre os infiéis ou fiéis menos praticantes. Para se diminuir a culpa e a pena desses pecadores, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, cristã, durante os fins da Idade Média Europeia, a Idade das Trevas, passa a fazer “negócios” com essa “graça”, em troca claro, de parte do património dos desafortunados.

Ou seja, a igreja vendia as indulgências (perdão dos pecados), com o objectivo de construir igrejas, manter o padrão de vida do clero, implementar políticas que mantivessem a igreja na sua posição de poder e hegemonia. No entanto, os protestantes eram contra a venda de indulgências, pois consideravam essa prática imoral e contrária aos princípios cristãos.

Uma Indulgência era o perdão dos pecados. A igreja vendia, assim, o perdão aos pecadores e acumulava uma grande fortuna. No século XIV, o Papa Bonifácio VIII instituiu a indulgência plena (perdão total dos pecados) para todos os católicos que peregrinassem a Roma a fim de visitar o túmulo de São Pedro.


  


Foi durante o Pontificado do Papa Leão X (1513 – 1521), que essa prática atingiu o seu auge.

Vejamos uma lista com alguns dos perdões previstos e os seus respectivos valores ou pagamentos:


1. O eclesiástico que incorrer em pecado carnal, seja com freiras, primas, sobrinhas, afilhadas ou, enfim, com outra mulher qualquer, será absolvido mediante o pagamento de 67 libras e 12 soldos.

2. Se o Eclesiástico, além do pecado de fornicação, pedir para ser absolvido do pecado contra a natureza ou bestialidade, deverá pagar 219 libras e 15 soldos. Mas se tiver cometido pecado contra a natureza com crianças ou animais, e não com uma mulher, pagará apenas 131 libras e 15 soldos.

3. O Sacerdote que deflorar uma virgem pagará 2 libras e 8 soldos.

4. A Religiosa que quiser ser abadessa após ter-se entregado a um ou mais homens simultaneamente ou sucessivamente, dentro ou fora do convento, pagará 131 libras e 15 soldos.

5. Os sacerdotes que quiserem viver em concubinato com os seus parentes pagarão 76 libras e 1 soldo.

6. Para cada pecado de luxúria cometido por um leigo, a absolvição custará 27 libras e 1 soldo.

7. A mulher adúltera que pedir a absolvição para se ver livre de qualquer processo e ser dispensada para continuar com a relação ilícita pagará ao Papa 87 libras e 3 soldos. Em um caso análogo, o marido pagará o mesmo montante; se tiverem cometido incesto com o próprio filho, acrescentar-se-ão 6 libras pela consciência.

8. A absolvição e a certeza de não ser perseguido por crime de roubo, furto ou incêndio custarão ao culpado 131 libras e 7 soldos.

9. A absolvição de homicídio simples cometido contra a pessoa de um leigo custará 15 libras, 4 soldos e 3 denários.

10. Se o assassino tiver matado dois ou mais homens em um único dia, pagará como se tivesse assassinado um só.

 


Mas a “lista” é muito mais longa. Os curiosos devem consultar a obra

“O LIVRO NEGRO DO CRISTIANISMO – Dois Mil Anos de Crimes em Nome de Deus”.

 

 

           A Igreja do Castelo onde Lutero pregou as suas 95 teses 


"Disputação de Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências", conhecida como as 95 Teses, desafiou os ensinamentos da Igreja na natureza da penitência, a autoridade do Papa e da utilidade das indulgências. As 95 teses impulsionaram o debate teológico que acabou por resultar no nascimento das tradições luteranasreformadas e anabaptistas dentro do cristianismo. Este documento é considerado por muitos como um marco da Reforma Protestante.

A acção de Lutero foi em grande parte uma resposta à venda de indulgências por João Tetzel, um frade dominicano, delegado do Arcebispo de Mainz e do Papa. O objectivo desta campanha de angariação de fundos foi o financiamento da Basílica de S. Pedro em Roma

Se Lutero vivesse hoje e visse o quadro actual desse verdadeiro estelionato da fé, o que será que ele diria?



"Adornada de ouro"

Sem comentários:

Enviar um comentário