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quarta-feira, 14 de maio de 2025

 

QUEM ERA O QUARTO HOMEM NA CRUZ

Em Lucas 23, a narrativa da crucificação de Jesus Cristo também nos informa que dois homens morreram com Ele naquele dia.

Encontrei, nos meus arquivos, um texto muito interessante que resumo aqui. Na minha procura sobre assuntos insólitos e curiosos fui registando o que encontrava, só que na minha inexperiência na altura preocupava-me mais com o conteúdo das mensagens do que quem as escreveu porque ouvia muitos intelectuais que citavam muitos autores mas pouco sabiam, de facto, do melhor que eles transmitiam.

Apresento, pois, as minhas desculpas por não poder dar os devidos créditos aos seus autores. Nunca sonhei que um dia poderia compartilhar estes apontamentos num blogue. Quando comecei a recolher informação não havia Internet e muita da informação conseguida sobre determinados assuntos era censurada no nosso país e só por livros clandestinos que circulavam de mão em mão se ia aprendendo.

Lucas disse-nos: “Com Ele levaram também dois criminosos para serem mortos. E quando chegaram ao lugar da Caveira, ali crucificaram Jesus e os criminosos, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Deitaram sortes para repartirem entre si as vestes de Jesus. O povo permanecia ali a observar. Os chefes, porém, zombavam de Jesus, dizendo: Salvou os outros. Que Se salve a Si mesmo, se é de facto o Messias de Deus, o Escolhido. Os soldados também escarneciam d'Ele. Aproximavam-se, ofereciam-Lhe vinagre, e diziam: Se Tu és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo. Por cima d'Ele um letreiro dizia 'Este é o Rei dos judeus'. Um dos criminosos crucificado insultava-O dizendo: Não é Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também. Mas o outro repreendeu-o, dizendo: Nem tu temes a Deus, sofrendo a mesma condenação? Quanto a nós é justo, porque recebemos o que merecemos, mas Ele não fez nada de mal. E acrescentou: Jesus, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu Reino. Jesus respondeu: Eu te garanto, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 23: 32-43).

Em Mateus 27:44, vemos também que dois dos homens crucificados eram criminosos, cujos crimes resultaram na sentença de morte. Um deles admitiu que ambos, ele e o outro criminoso, eram culpados e a sentença recebida era justa. E, ao contrário da turba hostil de observadores, ele afirmou que Jesus era inocente e que dentro da lei romana não tinha culpa nenhuma que justificasse a Sua crucificação.

A turba que zombava do Senhor era composta principalmente por Fariseus (Em Mateus 23, Jesus critica a hipocrisia dos Fariseus) e Sacerdotes que sabiam muito bem que Ele era inocente. Estavam enfurecidos porque Ele afirmara ser Deus e, como não tinham autoridade civil para o matar, por aquilo que consideravam blasfémia, inventaram a acusação de que Ele pretendia tornar-se um Rei em oposição a Roma. Sabiam perfeitamente que Pôncio Pilatos faria o trabalho sujo se o convencessem de que o povo estava prestes a rebelar-se e coroar o seu tão esperado Messias.

A trama deles funcionou. O Unigénito e imaculado Filho de Deus (João 3:16) foi crucificado. E mesmo na agonia enorme por que estava a passar, ternamente recebeu uma das suas ovelhas perdidas e a levou para o Reino de Deus.

Aquele homem, um dos dois criminosos crucificados com Cristo, mostrou verdadeiro arrependimento e fé. A sua surpreendente confissão de fé no meio daquela situação de agonia e sofrimento faz-nos crer que ele já tinha ouvido a pregação do Evangelho de Deus, ou por João Batista ou pelo próprio Senhor. Isso deixou uma semente no seu coração. De contrário não teria reconhecido a inocência de Jesus e pedido para ser lembrado por Ele, quando entrasse no Seu Reino.

E a resposta dada por Jesus é muito importante para os crentes: “Em verdade te digo que HOJE estarás comigo no Paraíso”. Jesus sabia que eles estariam mortos antes das 18h00, quando começava o Sábado judaico, porque as Escrituras dizem que aquele que for pendurado no madeiro é maldito de Deus (Deuteronómio 21:23) e os judeus não permitiriam que algo assim amaldiçoado profanasse o Sábado. Foi por isso que mandaram os soldados romanos quebrar as pernas dos crucificados porque isso resultaria numa morte muito mais rápida.

Eles estavam suspensos pelos pulsos e a única maneira de respirar fundo era apoiando-se com as pernas. Com as pernas quebradas, não poderiam aliviar a pressão nos pulmões e morreriam sufocados.

As pernas dos dois criminosos foram quebradas, porém as pernas de Jesus não foram. Quando os soldados foram até Ele, viram que já estava morto (João 19:33) e isso cumpriu a profecia do Salmo 34:20.

A natureza inesperada da Sua morte precoce (a maioria dos crucificados sobreviviam vários dias) levou alguns médicos cristãos a acreditarem que Ele morreu de “coração partido”.

Quando o soldado furou o seu lado com a lança escorreu sangue e água (João 19:34), indicando que o coração se rompeu devido à pressão.

A promessa feita, ao criminoso arrependido, de estar com Jesus no Paraíso naquele mesmo dia, significa que no término da sua vida humana ele entraria na eternidade e estaria na presença de Deus, o Pai.

Os quatro Evangelhos contam que TRÊS homens morreram crucificados naquele dia, mas nas Epístolas de Paulo vem a informação de que havia um QUARTO HOMEM porque para Deus, cada UM de nós morreu com o Seu Filho. Todo aquele que reconhece Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador morreu ali, porque quando Ele morreu aquela morte sacrificial de um Salvador inocente, satisfez o justo julgamento de Deus sobre TODOS os nossos pecados passados, presentes e futuros (Romanos 6:6) (Gálatas 2:20).

Transcrevo aqui a citação do livro “100 Sermon Outlines From the New Testament”, de John Philips (ISBN 0-8024-7817-4) que é muito interessante pelas coisas notáveis que o criminoso fez: “Ele não foi batizado, confirmado ou arrolado em nenhuma igreja. Ele não se confessou a nenhum sacerdote, embora muitos estivessem ali presentes. Ele não fez penitência. Ele não tinha nenhuma alegação de carácter moral. Ele não pediu à Virgem Maria para orar por ele embora ela estivesse presente. Ele não invocou nenhum dos Santos. Ele era uma Alma perdida a caminho do inferno quando, subitamente, colocou a sua Alma aos pés de Jesus. Ele ouviu o Evangelho da boca dos inimigos de Cristo (“salvou os outros...”) (Mateus 27:42, Marcos 15:31, Lucas 23:35) e teve uma fé extraordinária em Jesus. E ele foi salvo, instantaneamente, na mesma hora e no mesmo lugar, e da mesma forma como qualquer um é salvo. Ele também recebeu garantia imediata da sua salvação”.

É um incentivo para os indecisos, que procuram um caminho e têm esperança, colocarem simplesmente a sua Alma aos pés de Cristo, movidos apenas pela Fé e confiarem n'Ele. Nada terão a perder se o fizerem de todo o coração. O Espírito Santo virá e habitará neles dando-lhes a certeza inconfundível da Sua presença.



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