EUROPA MANIPULADA
O que provocou o fim da Europa (Des)Unida foi a má política, a política dos negócios e interesses dos EUA. Já tinha publicado este texto em 2016 e volto a publicá-lo porque agora, em função do que tem acontecido no mundo, torna-se mais compreensível e mostra a verdade dos factos.
Aliás, este texto vai ao encontro de um outro que eu escrevi na altura da invasão do Iraque, e que a Imprensa nunca referiu, nem refere agora, apesar da crise levantada com a Ucrânia, em que os Estados Unidos querem, a todo o custo, arrastar a Europa para provocarem a terceira Guerra Mundial.
Imagem: Monitor do Oriente
Muitos perguntarão. Porquê este aparente suicídio das nações do ocidente? A resposta é muito simples: se a Rússia conseguir levar avante o plano de substituição do dólar por outra moeda em todas as transações comerciais da energia, será o fim do petrodólar e dos Estados Unidos. Por isso a fundação dos BRICS e a intenção de lançarem uma moeda própria, possivelmente o Yuan chinês.
O problema que impulsionou os Estados Unidos a invadirem o Iraque. Inventando uma série de argumentos que o nosso primeiro-ministro, da altura, apoiou entusiasticamente, e que se sabe hoje serem falsos, era o de Sadam Hussein estar a influenciar os outros produtores de petróleo para saírem debaixo do jugo imposto em que só podiam comercializar o petróleo com a moeda americana, o dólar.
O nefasto petrodólar, o sustentáculo mais forte da economia americana. A América não tem reservas de ouro obrigatórias para sustentar o dólar virtual que circula no mundo, tendo só a reserva para o dólar “oficial” em espécie, mesmo assim só um décimo, se tanto, pois a Reserva Federal (um consórcio de Bancos privados imprime dólares indiscriminadamente endividando cada vez mais o país, em proveito próprio, claro). A economia americana apoia-se apenas nos negócios e moeda virtual e se houver uma mudança sistémica, como a de acabar com o poder do petrodólar, tudo ruirá.
E por esta, e por outras, vão matando e arruinando países, e ninguém é responsabilizado, apesar de se saber a verdade. A imprensa, muito bem controlada nada diz. Só os teóricos da conspiração, hoje denominados como meios de informação alternativos, fora do sistema, é que vão dizendo o que se passa na realidade. Ainda há muito pouco tempo li um “exclusivo” na revista VISÃO nº 1116, sobre a crise da Ucrânia, e sobre Putin apontando-o como o “mau da fita”. Mas sem tocar minimamente sobre as suas diligências no Irão, China e Índia para deixarem de utilizar o dólar nas suas transações comerciais.
Apontaram, sim, que a Rússia seria uma ameaça permanente para a União Europeia, visto revelar “pouco respeito pelas normas internacionais”, só não explicando quem impôs essas “normas” que só vêm beneficiar os do velho sistema em que a Europa e Estados Unidos exploram o resto do mundo. Sublinham até a conveniência do desenvolvimento da Rússia passar pela cooperação política e económica com a União Europeia, sobretudo nas áreas do comércio da energia, ou seja, entre muitas outras “restrições” sujeitar-se ao petrodólar.
Não estou a mostrar preferência por um dos lados, mas sim chamar a atenção para os factos concretos que estão na base de todo o problema e que a imprensa não revela.
A pergunta é esta: porque razão é que as transações comerciais, principalmente do petróleo, carvão e gás, tem de ser obrigatoriamente em dólares? Porquê?
Há outras moedas fortes e credíveis e agora com o crescimento da China e Índia porque não aceitarmos as suas moedas se os respetivos Estados asseguram o seu valor? Porque não voltarmos ao suporte do ouro como reserva obrigatória?
Dinheiro, dinheiro, só dinheiro !!! As vidas das pessoas não interessam, não têm valor nenhum neste jogo de interesses. E o mais grave para nós é que, na altura, a Senhora Merkel, e a França, deixaram-se "enrolar" pelos americanos e tomaram a iniciativa de hostilizar a Rússia, com o problema da Crimeia e da Ucrânia, sem estarem minimamente preparados para as consequências. Contam com o apoio dos Estados Unidos, só que agora o novo Presidente eleito, na altura, Trump, fez-lhes ver que os Estados Unidos não continuarão a assegurar a defesa da Europa. Independentemente do Partido que estiver no poder, o complexo militar-industrial, e a alta finança, é que “mandam” e só existem Presidentes mais ou menos cooperativos. Aqueles que se desviarem demasiado da política do lucro e dos negócios estão sujeitos a um percalço misterioso e que “ninguém” consegue desvendar. Os EUA não têm amigos, mas sim negócios. (O Complexo militar industrial, tal como foi definido por um dos seus criadores, general Dwight Eisenhower, é o conjunto de mecanismos através dos quais a guerra e a indústria se alimentam e multiplicam no seio da sociedade política americana. Claude Moisy conhece-o de perto. Correspondente da France Press em Washington, testemunhou os debates empreendidos ao mais alto nível (Nixon, Laird, fulbright) sobre este problema e soube analisar até que ponto um Estado industrial consegue fazer assentar a sua prosperidade na acumulação do poder exterminador).
Quem tem beneficiado com a guerra na Ucrânia? É óbvio que é a Industria do armamentos que já se desfizeram do material em vias de acabar o prazo de validade e o novo desenvolvimento porque passam atualmente, em que o fabrico aumentou mais de duzentos por cento.
A Europa, para se desenvencilhar deste problema com a Rússia, vai precisar de organizar um exército europeu, o que a meu ver os membros da União não estão dispostos a assumir. Os nacionalismos têm subido, devido a esta política desastrosa da senhora Merkel (a líder e "Dona" da Europa naquela altura) que se viu metida numa "camisa-de-onze-varas". E para agravar tudo, a Nação mais forte militarmente, o Reino Unido, retirou-se da Europa, também por culpa dos burocratas não eleitos mas nomeados pela "Dona".
A Alemanha que não quer fazer despesa, a França enfraquecida e a Itália falida não podem de modo nenhum formar um núcleo forte para a defesa da Europa. Os outros membros não contam, tal a sua insignificância.
Vejamos então este texto do Blog a Nova Ordem Mundial:
Rússia, China e Irão dispostos a abandonar o Dólar
Americano no Comércio Bilateral
Terça-feira, 20 de Maio de 2014
Não é segredo para ninguém que a Rússia tem-se esforçado para construir acordos comerciais que venham a diminuir a participação (e influência) do dólar americano, desde o início da crise ucraniana (e mesmo antes): a questão já foi abordada antes nestas páginas (veja: Gazprom prepara emissão “simbólica” de títulos em Yuan chinês; [1] Petrodólar em alerta: Putin prepara-se para anunciar o “Santo Graal” (Acordo de gás com a China): Rússia e China prestes a assinar o “Santo Graal” (Acordo sobre gás) [2]; 40 Bancos Centrais apostam que esta será a nova moeda de reserva [3]).
Ora! Não é realmente “ridículo” que alguém possa sequer considerar viver fora dos limites ideológicos e... religiosos do Petrodólar?! Porque, se um puder fazer isso, todos poderão e... Vocês sabem! Significará para os Estados Unidos a hiperinflação, colapso social, guerra civil e tudo o que só acontece em repúblicas de bananas como a Venezuela, que infelizmente não possui, de sua, sequer uma moeda mundial de reserva para que lhe deem um pontapé na...
Ou, pelo menos, é isso que os economistas keynesianos, também conhecidos como
grão-sacerdotes da já mencionada religião do Petrodólar, nos querem fazer crer.
Desdolarizado = desglobalizado
Ainda que esta não seja a notícia dos sonhos dos ‘estadistas’ ocidentais, a Rússia trabalha duramente para pôr o dólar dos Estados Unidos a comer poeira, pelo espelho retrovisor: a Rússia quer substituir o dólar por um sistema monetário que seja livre do dólar. Em outras palavras, como esse novo mundo é chamado na Rússia, um mundo “desdolarizado”.
A Voz da Rússia, citando fontes da imprensa russa, reporta que o Ministério das Finanças está pronto para iniciar um plano para incrementar radicalmente a participação do rublo russo nas operações de exportação, o que acarretará a redução do percentual nas transações em que se usa o dólar americano. Fontes do governo crêem que o setor bancário russo está “preparado para organizar o aumento no número de transações em que se utilizará o rublo”.
Conforme a agência de notícias Prime, no dia 24 de Abril o governo organizou um encontro especial, cujo mote foi a procura de uma forma de livrar-se do dólar nas operações russas de exportação. Especialistas de nível superior dos setores energético, bancário e de agências governamentais foram convocados e postos frente a certo número de medidas a serem tomadas, como uma resposta às sanções aplicadas à Rússia pelos Estados Unidos [as “sanções histéricas dos EUA”, como as descreveu, bem, o ministro Sergei Lavrov, das Relações Exteriores da Rússia[4].
Pois é... Se o mundo ocidental queria resposta russa ao crescente número de sanções contra o país, está na iminência de vê-la.
A “reunião da desdolarização” presidida pelo vice-primeiro Ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov, é prova de que Moscovo tem sérias intenções de parar de usar o dólar americano. A reunião seguinte foi presidida pelo vice Ministro das Finanças, Alexey Moiseev, o qual declarou mais tarde ao canal Rossia 24 que “será incrementada a proporção atual de contratos em rublos” acrescentando que nenhum dos especialistas e representantes de bancos, ao serem inquiridos, viu qualquer problema no plano governamental de aumentar a quota dos pagamentos em rublos.
Então, se você pensou que só Obama ‘El Supremo’ reinaria sozinho mediante ordens executivas, você estava enganado. Os russos também podem fazer o mesmo, com a mesma eficácia. É só clicar em “ordem executiva de troca de moeda”.
É interessante que, na sua entrevista, Moiseev tenha mencionado um instrumento legal que pode ser descrito como “ordem executiva de troca de moeda”; disse que o governo russo tem o poder legal de obrigar as companhias russas a comercializar uma percentagem de certos bens e serviços apenas em rublos. Referindo-se aos casos em que essa proporção pode chegar a 100%, a autoridade russa afirmou que “seria um caso extremo e não posso dizer neste momento como e quando o governo russo usará esse poder”. Ora bolas! Usará sempre que entender que é preciso usá-lo!
Mas o mais importante não é que a Rússia tenha realmente qualquer chance prática de implementar as medidas. O que realmente muda tudo é que, hoje, há outras nações também interessadas em criar relações de comércio bilateral livres do dólar. Esses países, sim, existem e não deve ser surpresa para ninguém que dois deles já intensificaram essa prática: nada menos do que o Irão e a China.(O maior erro de Sadam Hussein, no Iraque, que precipitou a invasão do país, foi o de ele querer mudar a moeda nas transações do petróleo, que é o dólar, por imposição, pelo euro. Isso seria o princípio do fim da hegemonia americana cuja economia está apoiada em subterfúgios entre os quais todas as transações petrolíferas serem obrigatoriamente em dólares. R)
Claro, o sucesso da campanha de Moscovo para mudar-se para o rublo ou outras moedas regionais nas negociações comerciais depende da boa vontade dos seus parceiros comerciais, igualmente interessados em livrar-se do dólar. Desde já, dois países estariam dispostos a apoiar a Rússia, conforme fontes citadas por Politonline.ru: Irão e China.
Vladimir Putin estará em visita a Pequim dia 20 de Maio próximo. Está aberta a estação de especulações sobre quais contratos de gás e petróleo serão assinados entre a Rússia e China e em rublos e yuans, não em dólares.
Noutras palavras, numa semana, veremos não apenas o anúncio do “Santo Graal” no acordo do gás Rússia-China do qual já se falou aqui, mas, também, a evidência já agora praticamente certa, de que esses contratos gigantes serão firmados exclusivamente em RUBLOS e YUANS e não em DÓLARES AMERICANOS.
Já explicamos mais de uma vez: quanto mais o ocidente hostiliza a Rússia, quanto mais pesadas se tornam as sanções, mais a Rússia vê-se forçada a abandonar um sistema de comércio dominado pelo dólar americano, voltando-se para a China e a Índia. Por isso, o anúncio a ser feito na próxima semana é inovador e muito inovará.
Mas é só o começo. *****
Referências:
* [*] Tyler Durden é o apelido de numerosos blogueiros que comentam no Zero Hedge. O nome foi
copiado de personagem do romance de Chuck Palahniuk (depois filme) Fight Club (Clube de Luta).
[1] Zero Hedge: It's On: Gazprom Prepares "Symbolic" Bond Issue In Chinese Yuan
[2] Zero Hedge: It's On: Gazprom Prepares "Symbolic" Bond Issue In Chinese Yuan
[3] Zero Hedge: 40 Central Banks Are Betting This Will Be The Next Reserve Currency
[4] Naval Brasil: Lavrov e as “políticas histéricas dos EUA” faz a Rússia considerar resposta apropriada
Fonte: Blog A Nova Ordem Mundial - Rússia prepara reuniões de desdolarização - China e Irão dispostos a
abandonar
o dólar americano
no comércio bilateral
Postado
por Nathan
RG às 01:28
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