VESPEIRO DE ORDENS ESOTÉRICAS
Em 1840, em Munique, pessoas da política e das altas finanças, assim como industriais e homens de negócios abastados, reuniram-se para criarem uma Ordem esotérica (mais uma) a que deram o nome de Ordem Franco-Maçónica da Centúria Dourada.
A sua intenção seria trabalhar com o domínio sobre forças da Natureza, deuses planetários, anjos e demónios, seres elementais, onde os membros seriam orientados a efetivar uma aliança com tais forças espirituais para aumentar a perceção, obter influência e poder e fortuna pessoal (claro).
Todos os membros, além da riqueza pessoal, deveriam ter um “dom” elevado, um “potencial mágico e esotérico excecional”. Deveriam ter conhecimentos e um grande património, possuir um cargo influente na vida pública e provar ter aptidões em diversas disciplinas mágicas. Por isso, muitos dos seus membros eram maçons de grau elevado na maçonaria regular. Aliás, uma condição básica de aceitação era ser membro da maçonaria vermelha, assim como ter uma graduação elevada em alguma loja mágica conhecida. Teriam existido ao todo 99 lojas diversas espalhadas pela Terra. Especulou-se que Adolfo Hitler teria sido membro desta Ordem, o que não corresponde à verdade, pois a Ordem da Centúria Dourada não quis submeter-se à Sociedade Thule a que Hitler pertencia.
Deste modo, o Terceiro Reich, que apoiava a Sociedade Thule que naquela época manipulava todos os cordões mágicos, não aceitou este agrupamento paralelo de ações independentes e metas próprias. A maioria dos “irmãos” da loja foi abatida. O último Grão-Mestre conhecido da Centúria Dourada, que assumiu a Ordem em 1934, foi levado em 1940 para o campo de concentração de Buchenwald, para a câmara de gás. Mas, as S.S. Informaram o Departamento Superior de Segurança do Reich, que depois da emissão dos gazes para a execução do Grão-Mestre, a câmara foi encontrada vazia. Tudo indicava que o Grão-Mestre se tenha servido dos seus conhecimentos mágicos para escapar.
Estas organizações secretas têm os seus rituais e factos para comunicarem com o mundo invisível e estabelecerem pactos. Neste vespeiro, muitos não têm consciência da amplitude das ações ocultas em que são manipulados pelas forças malignas do submundo. Muitas destas sociedades são falsas, com actos ditos herméticos porém desprovidos do conhecimento ou verdade. Muitos “irmãos” após anos a fio a serem manipulados (e enganados) acabam por descobrir que não chegaram a lado nenhum.
O Homem tem o seu livre arbítrio que lhe permite decidir qual é o melhor caminho, e precisa de ter acesso à Criação como um todo e entender. Políticas secretas, sociedades veladas e lideranças mundiais ocultas (que levam o mundo ao descalabro) são apenas para doutrinar a humanidade escrava que nunca conseguirá ser dona da sua vontade e destino. Muitas destas Ordens secretas procuram metas meramente de libertação de necessidades materiais, de política mundial, mas poucas trabalham somente para o desenvolvimento espiritual.
As forças espirituais do submundo, que manipulam essas Ordens, estão por trás de todas as guerras deste mundo.
Os “Anjos das nações” descritos nas Escrituras lembram-nos que o mal cósmico molda a política da guerra terrestre. As forças sócio-políticas que tiram milhares de vidas só podem ser descritas como malignas.
Atualmente, uma guerra na Ucrânia traz o mal e a violência à tona, mais uma vez, e ameaça mudar o futuro global da humanidade. O egoísmo e a ganância estão entre os pecados que geram as guerras e o veículo mais importante que as forças malignas utilizam é o controlo destas organizações secretas (e outras, como sucede com a Igreja Ortodoxa Russa) que com os seus tentáculos dominam os seres humanos.
Na Bíblia Sagrada, o livro de Daniel fala de uma sucessão de impérios mundiais e das forças espirituais que estão por de trás deles. O príncipe angelical do reino da Pérsia, por exemplo, atrasou a resposta às orações de Daniel, até que Miguel, o príncipe de Israel, interviesse. O príncipe angelical do império de Alexandre seria o próximo (Daniel 10.13, 20-21, 12.1). Deus havia fornecido tempos na História para vários Anjos e seus impérios. Os seus servos angelicais e humanos, porém, continuaram a trabalhar para os seus propósitos, até que o Senhor os fez prevalecer.
No Deuteronómio (tradução grega) vem que Deus designou Anjos sobre as várias nações, e o pensamento judaico foi registando cada vez mais governantes e autoridades celestiais – algo que os rabinos, mais tarde, chamaram de Anjos das Nações. Esses seres eram hostis ao povo de Deus, mas, no final, Deus daria o reino ao seu povo perseverante.
Com a vinda de Jesus, nosso Senhor, Satanás foi derrotado. A sua exaltação corresponde ao triunfo do Anjo Miguel sobre o dragão (Apocalipse 12:7-8). Os estudiosos quando explicam esta História, costumam invocar a analogia entre o dia D e o dia da Vitória da Segunda Guerra Mundial. No dia D, o sucesso da invasão da Normandia planeou o desfecho da guerra, de modo que a derrota do regime Nazi e seus aliados foi apenas uma questão de tempo. No entanto até ao dia da rendição definitiva das potências do Eixo as baixas e batalhas aumentaram.
Da mesma forma, todos os inimigos (incluindo a própria morte) serão subjugados quando Jesus voltar (Salmos 110:1, Coríntios 15:25-26). Até que isso aconteça, porém, os seus servos enfrentarão batalhas constantes. Em Efésios 1: 20-22, Paulo realça que Jesus já está entronizado acima dos governantes e autoridades celestiais. Numa carta em que salienta com veemência a unidade entre judeus e gentios no corpo de Cristo, essa entronização acima dos Anjos de Nações e Impérios significa que a nossa unidade em Cristo é maior do que todas as divisões étnicas e nacionais fomentadas por tais Anjos. Os crentes já não estão sujeitos ao príncipe deste mundo (Efésios 2: 1-3). para Paulo, esse triunfo sobre as linhas que nos dividem tem ramificações de guerra espiritual, mesmo no que diz respeito às dimensões interpessoais das nossas vidas. Dar ocasião ao Diabo significa ter integridade e controlar a nossa ira, tomar posse da nossa arma de defesa, a armadura da verdade, da fé e da justiça, e também de uma arma para invadir territórios hostis. É a missão do Evangelho.
Por vezes irmãos e irmãs tentam envolver-se numa batalha espiritual repreendendo e dando ordens aos governantes celestiais. Não entendem bem o nosso papel. Estamos entronizados com Cristo e, sim, algum dia julgaremos os Anjos. Mas não podemos confundir o dia D com o Dia V. As escrituras advertem-nos expressamente contra difamar autoridades angelicais (2 Pedro 2: 10), apontando que mesmo os seus colegas Anjos só podem confrontá-los por autorização divina (2Pedro 2: 11, Judas 9).
Tentar derrubar poderes celestiais é diferente de expulsar os demónios daqueles por eles afligidos na Terra. Fazemos parte das forças terrestres, não da força aérea. Isso não significa que não tenhamos um papel vital na guerra espiritual de nível cósmico. Significa apenas que o nosso apetite moderno por resultados instantâneos não ficará satisfeito.
No Livro de Daniel, a resposta de Deus foi imediata (Daniel 10:12). Mas Daniel permaneceu em oração por três semanas, antes de receber a sua resposta (10: 2-3). Deus mostrou-lhe que os Impérios se levantariam e cairiam, mas o futuro não lhes pertence. O Livro do Apocalipse oferece a mesma imagem: Satanás está por de trás do maior Império mundial, a Babilónia a grande. Mas o futuro não pertence à Babilónia, a prostituta (O Vaticano), mas sim à Nova Jerusalém, a noiva. A Bíblia lembra-nos que nem todas as forças espirituais são do mal. Deus trabalha, mesmo no mundo presente, e as Escrituras levam-nos a esperar que as orações podem fazer diferença em tempos de guerra e conflito. Antes de ter enfrentado o bando armado de Esaú, Jacob lutou a noite toda com um Anjo, e venceu (Jacob e Esaú eram irmãos gémeos). Rabinos posteriores pensaram que este Anjo fosse o guarda de Edom, tratando-se do próprio Senhor (Oseias 12: 3-5). Os rabinos tinham a certeza, ao menos, quanto ao facto de que vencer a batalha espiritual fez diferença primeiro para o conflito terrestre iminente. A mesma lição aparece na passagem em que as mãos erguidas de Moisés determinaram a batalha contra os amalequitas (Êxodo 17: 11-13).
Deus ouve-nos quando oramos. No Livro de Daniel, Nações arrogantes figuram como meros povos no plano mais amplo de Deus para a História. Em contraste, o Anjo anuncia que Daniel, um Homem de oração, é precioso para Deus (Daniel 10: 11). O resultado final já está decidido. Nesse intervalo as batalhas na Terra continuam, e as vidas das pessoas continuam em jogo. As orações de um justo contam mais diante de Deus do que os planos dos poderes arrogantes no Céu e na Terra.
Na atual guerra da Ucrânia, e noutros conflitos no mundo, ainda não vemos todos os inimigos de Jesus visivelmente sob os seus pés, e as baixas são altas. Mas a exaltação de Jesus sobre os Anjos, autoridades e poderes (1Pedro 3:22) já está decidido o resultado final da guerra cósmica dos séculos.
Podemos descansar nessa verdade.
Continuando. Portanto, muitas destas organizações são simples marionetas das instâncias superiores que as conduzem e dirigem. Estas organizações, no entanto, trabalham e agem nos bastidores e parecem manter as rédeas. Geralmente são extremamente abastadas e tudo têm do ponto de vista material. Mas, a “fatura” elevada aparece. Têm de renunciar à própria vontade e destroem o poder das suas individualidades. Transformam-se em brinquedos das ações dos poderosos. Os seus conhecimentos não ficam só com os membros que devem ser guias para os que estão do lado de fora, para o “despertar” de uns e outros. Precisam de reencontrar a liberdade das suas vontades e modificar a situação. Não se devem submeter aos tiranos e ditadores, e aos políticos corruptos, mas sim dominá-los pela vontade mágica.
A Ordem Franco-Maçónica da Centúria Dourada é uma Ordem mágica lendária e temida um pouco distante dos objetivos da maçonaria regular, apesar de servir de uma forma muito peculiar os ideais mais elevados da humanidade. Os seus manuscritos foram mantidos em segredo por muitos anos, em arquivos poeirentos, não devendo ser revelados por pessoas fúteis ou tolas. Como sempre, não se sabendo como, muitos documentos foram trazidos à luz do dia, revelando rituais e segredos críticos. Muito material da Ordem estaria perdido para sempre, se estudiosos não se tivessem dado ao trabalho de os explorar e revivê-los de forma sensata e segura.
Depois de muitos percalços, dois anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1947, oito irmãos encontraram-se novamente em Munique e refundaram a Centúria Dourada no mesmo local de origem.
Cinquenta anos depois da nova fundação, pergunta-se se esta Ordem ainda existe.